Depois da dica da Detinha, corri pruma conhecida minha que eu sabia ter tido uma filha por meio da adoção...
A. é aquelas pessoas fofas e delicadas, com quem você conversa por horas... sabia que ela me entenderia...
falei mais ou menos por telefone o que era e marcamos de nos encontrar... fui até sua casa e, em meio a lágrimas, abri meu coração... a verdade é que a esse altura do campeonato e já tava DOIDA pra ser mãe... quanto antes Artur topasse antes eu resolveria essa angústia...
ela achou a idéia do encontro de casais maravilhosa, mesmo porque Artur tinha muitas características parecidas com a do seu esposo na época da adoção...
a verdade é que eu tenho a impressão que quase nenhum homem acata uma idéia de adoção assim, num piscar de olhos... como eles também quase não tem a iniciativa de "vamos engravidar!"... pode ser meio preconceituoso, mas sei lá... por tudo que já vivi, ouvi e li, me parece que na maioria das vezes a mulher vai tocando o barco e, enquanto o bebê não chega, o cara não "se toca muito"...
então tá... foi combinado... quarta feira a tarde... as crianças da A. estariam fora... a gente se encontraria...
Artur já foi logo me dando aquele banho de água fria...
- Eu não vou falar nada... vou ficar só lá, ouvindo...
- Tá bem, amor... faça o que você se sentir confortável...
- Mas vê se não fica me pressionando... eu não quero falar nada...
- Tá bem, amor... vou tentar dar meu máximo...
chegamos... oi, oi... vamos entrando... e aí?! tudo bem!?
casualidades...
- Mas sabe, gente... eu sinto que o maior medo do Artur é a diferenciação, até mesmo não intencional, entre filhos biológicos e adotivos... não sei... acho que ele acha que não vai conseguir não fazê-lo...
- Ihhhhh, Artur... o meu esposo também tinha isso...
- Tinha mesmo... quando a nossa filha chegou eu fiquei tãããão nervoso de diferenciar que acabei dando mais atenção a adotiva que a biológico... inverti tudo...
- Pois é... a gente vai errando e acertando... no fim dá tudo certo...
- Exato... hoje não tem mais nada disso não... são minhas filhas e pronto... acabou!
- É novo pra gente como é novo pra elas...
- Isso... é um aprendizado...
- ...........
foi um papo tããããããããããão bom... não sei se A. e seu marido sabem... mas eles me salvaram naquela tarde... foram eles que deram o veredicto na cabeça do Artur... foi graças a eles e a estrutura familiar deles que meu marido viu que nossa família podia ser tão feliz e bacana como qualquer outra...
A. e marido...: à vocês meu eterno muito obrigada!
saímos de lá e Artur não parava de rir...
- Amor... vamos fazer isso... eu quero... vamos... vai ser muito bom!
pela primeira vez em muito dias a faísca ficou forte de novo...
a gente ia adotar...
iupiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!
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