sexta-feira, 29 de abril de 2016

...porque tem muita gente boa pelo caminho...

Depois da dica da Detinha, corri pruma conhecida minha que eu sabia ter tido uma filha por meio da adoção...

A. é aquelas pessoas fofas e delicadas, com quem você conversa por horas... sabia que ela me entenderia...

falei mais ou menos por telefone o que era e marcamos de nos encontrar... fui até sua casa e, em meio a lágrimas, abri meu coração... a verdade é que a esse altura do campeonato e já tava DOIDA pra ser mãe... quanto antes Artur topasse antes eu resolveria essa angústia...

ela achou a idéia do encontro de casais maravilhosa, mesmo porque Artur tinha muitas características parecidas com a do seu esposo na época da adoção...

a verdade é que eu tenho a impressão que quase nenhum homem acata uma idéia de adoção assim, num piscar de olhos... como eles também quase não tem a iniciativa de "vamos engravidar!"... pode ser meio preconceituoso, mas sei lá... por tudo que já vivi, ouvi e li, me parece que na maioria das vezes a mulher vai tocando o barco e, enquanto o bebê não chega, o cara não "se toca muito"...

então tá... foi combinado... quarta feira a tarde... as crianças da A. estariam fora... a gente se encontraria...

Artur já foi logo me dando aquele banho de água fria...
- Eu não vou falar nada... vou ficar só lá, ouvindo...
- Tá bem, amor... faça o que você se sentir confortável...
- Mas vê se não fica me pressionando... eu não quero falar nada...
- Tá bem, amor... vou tentar dar meu máximo...

chegamos... oi, oi... vamos entrando... e aí?! tudo bem!?
casualidades...

- Mas sabe, gente... eu sinto que o maior medo do Artur é a diferenciação, até mesmo não intencional, entre filhos biológicos e adotivos... não sei... acho que ele acha que não vai conseguir não fazê-lo...
- Ihhhhh, Artur... o meu esposo também tinha isso...
- Tinha mesmo... quando a nossa filha chegou eu fiquei tãããão nervoso de diferenciar que acabei dando mais atenção a adotiva que a biológico... inverti tudo...
- Pois é... a gente vai errando e acertando... no fim dá tudo certo...
- Exato... hoje não tem mais nada disso não... são minhas filhas e pronto... acabou!
- É novo pra gente como é novo pra elas...
- Isso... é um aprendizado...
- ...........

foi um papo tããããããããããão bom... não sei se A. e seu marido sabem... mas eles me salvaram naquela tarde... foram eles que deram o veredicto na cabeça do Artur... foi graças a eles e a estrutura familiar deles que meu marido viu que nossa família podia ser tão feliz e bacana como qualquer outra...

A. e marido...: à vocês meu eterno muito obrigada!

saímos de lá e Artur não parava de rir...

- Amor... vamos fazer isso... eu quero... vamos... vai ser muito bom!

pela primeira vez em muito dias a faísca ficou forte de novo...
a gente ia adotar...
iupiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!

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